por Olivier Cor
Diretor de agronomia
Cuidado com os preconceitos: as práticas culturais devem ser adaptadas a cada contexto pedoclimático.
1 - Uma boa aragem areja o solo!
Sim e não. A aragem é, antes de mais nada, um método de capina na agricultura. O solo é um meio de vida organizado e uma aragem perturba e destrói milhares de vidas microscópicas. Inclusive vidas úteis para a agricultura e que permitem às plantas encontrar tudo do que elas precisam para crescer:
- as micorrizas (um fungo microscópico) que disponibilizam nutrientes diretamente para as raízes;
- as minhocas que arejam a terra que areja o solo; e
- a micro fauna, dentre as quais as bactérias, algas e fungos
2 - «Na minha casa não tem chão, eu piso direto na terra amarela!»
A «terra amarela»? O que se encontra com mais frequência são limos argilosos ou limos francos que constituem o solo. Essa «terra amarela» constitui a maior parte da reserva hídrica do solo, ela contém elementos nutritivos que vêm da superfície (nitrogênio, potássio, cálcio..). É um meio de vida essencial para um grande número de seres vivos (minhocas, bactérias, nematódeos, insetos). Contrariamente ao que se pensa, ela não é um problema para as culturas, ao contrário!
3 - Eu gradei e o solo estava fresco! Eu não consumi muito combustível!
A gradagem é uma técnica de aragem que consiste em cavar o solo sem revolver a terra na superfície e que pode ajudar a água a passar para as profundezas e favorecer o estabelecimento de raízes para melhorar a estrutura do solo.
Contudo, se a ferramenta entra no solo sem esforço, PARE IMEDIATAMENTE! Isso significa que o solo está maleável e que você está criando endurações (uma camada comprimida que vai reduzir o potencial do solo durante muitos anos).
Sorte sua, aproveite para descansar das gradagens.
4 - Meu solo estava perfeito para a semeadura, não apresentava nenhuma saliência, fiz um bom trabalho!»
Um solo que não é grumoso pode ser bonito, mas não é eficaz. Na preparação da semeadura, deixe torrões de dois a três centímetros. Em limo é preferível não quebrar a estrutura do solo pois corre-se o risco de criar uma crosta superficial na primeira chuva um pouco mais forte.
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